Informações, Orientações, Crônicas e Bate-Papo sobre Odontologia, a Saúde Bucal e o Ser Humano

Dr. Nilson Denari, Dra.Mônica Denari Piffer, Dra. Marly Simões,Dr. Marcos Denari, Dr. Renê Van der Laan, Dr. Rodrigo Nogueira

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O Desenvolvimento de um Belo Sorriso

Atualmente encontramos muitos problemas no desenvolvimento dos maxilares e das arcadas dentarias. Como os maxilares compõe dois terços da face, qualquer prejuízo no seu desenvolvimento irá ter conseqüências negativas na estética da face. Já nas arcadas o problema mais comum é a falta de espaço para o correto alinhamento dos dentes, o que vai afetar na estética do sorriso. Ora, sabemos que um rosto bonito e harmônico, com um belo sorriso, fazem uma grande diferença na qualidade de vida de uma pessoa. Como dizem, o sorriso é o seu cartão de visitas! É com a boca que nos comunicamos com o mundo, o rosto expressa os nossos sentimentos e o sorriso cativa as pessoas. E a origem destes problemas de desenvolvimento dos maxilares ocorre nos primeiros anos de vida com a falta de estímulos adequados.
Vejamos primeiro como deveria ser o desenvolvimento normal. Nos bebês os ossos maxilares, onde se encontram as arcadas dentárias, tem um crescimento muito rápido, intenso e são muito maleáveis. Por isso sofrem uma grande influência positiva dos estímulos que vem da amamentação e da mastigação. Então quanto melhor a qualidade destas funções orofaciais, melhor o desenvolvimento dos maxilares daquela criança.
O problema é que, muitas vezes por causa da vida agitada que as mães tem e por falta de orientação, fica mais prático, mais cômodo dar mamadeira e alimentos moles e pastosos, que não estimulam o desenvolvimento correto.
Vamos ver como cada uma dessas funções orofaciais atuam no desenvolvimento das arcadas e dos maxilares:

AMAMENTAÇÃO

A amamentação é vital para o desenvolvimento do bebê. Ao sugar o peito materno, além do leite, o bebê recebe inúmeros estímulos de desenvolvimento, tanto físico quanto psicológico. No aspecto físico ele executa um grande esforço muscular para obter o leite do peito aumentando assim as taxas de crescimento ósseo dos maxilares.
Se ele for alimentado com mamadeira todo o comportamento muscular se altera, o que pode implicar em problemas no desenvolvimento dos maxilares e das arcadas dentárias.
As mães devem amamentar seus filhos durante pelo menos um ano, mas, de acordo com a OMS, o ideal é amamentar durante dois anos. Este é também o tempo em que o sistema imunológico de defesa do bebê leva para amadurecer. Significa que o bebê que se alimenta do leito materno terá menos doenças do que aquele que usa mamadeira.

MASTIGAÇÃO

Vamos falar agora dos estímulos de desenvolvimento que vem da mastigação. A mastigação é a principal função para a qual a boca foi desenhada. Durante a mastigação vários músculos colocam os maxilares e dentes em movimento para cortar, triturar e moer os alimentos, e isto aumenta a taxa de crescimento ósseo dos maxilares e das arcadas. Os maxilares se harmonizam e as arcadas desenvolvem espaço para o alinhamento correto dos dentes. Porém, o bebê não nasce sabendo mastigar e para aprender precisa de alimentos que precisem ser mastigados, ou seja, cortados, triturados e moídos com os dentes. Então, por volta dos seis meses, quando nascem os primeiros dentes de leite, devemos oferecer alimentos adequados para este aprendizado. Papinhas, sopinhas, alimentos batidos no liquidificador ou passados na peneira não precisam ser nem cortados, nem triturados e nem moídos. Ou seja, não precisam do esforço dos músculos que movimentam maxilares, arcadas e dentes para a mastigação. Assim o bebê perde uma importante quantidade de estímulos de desenvolvimento.
Em geral os pediatras recomendam que se comece com alimentos pastosos ou amassados, porém esta fase deve ser curta e rapidamente sendo substituída por alimentos em pedaços maiores. É recomendável que se ofereça ao bebê a mesma comida que a família come à mesa como: arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Quando os pais forem a uma pizzaria podem dar na mão do bebê uma borda de pizza, num churrasco um pedaço de carne (grande o suficiente para ele se divertir por muito tempo e não se engasgar), e na praia ou parque um sabugo de milho verde. Além de treinar a mastigação ele aprende a apreciar os diferentes sabores e consistências dos alimentos ajudando para que no futuro ele tenha uma alimentação variada e saudável.

RESPIRAÇÃO

Outro problema sério que afeta o desenvolvimento dos maxilares é a respiração bucal crônica. Esta alteração respiratória provoca uma total mudança do comportamento muscular na face. Os lábios permanecem abertos e se instala uma flacidez muscular generalizada. A língua muda a sua posição e começa a funcionar inadequadamente, o que pode provocar deglutição atípica e problemas fonéticos. A face do respirador bucal em geral é alongada, os dentes mal posicionados e apresenta olheiras. Ele come mal porque olfato e gustação ficam prejudicados e precisa respirar pelo mesmo espaço onde está a comida. A natureza justamente separou os compartimentos da respiração e da mastigação para que uma não atrapalhe a outra.
Para entendermos porque uma criança passa a ser uma respiradora bucal temos que voltar para a época do nascimento e aos primeiros anos de vida. Ao nascimento o bebê sempre respira pelo nariz. Só que o registro cerebral de que esta é a forma correta de respirar e que, para isto, os lábios precisam permanecer fechados ainda não está maduro e precisa de muitos reforços nesta fase inicial da vida. Este reforço vem justamente dos estímulos funcionais dos músculos da face. Novamente a amamentação e a mastigação desempenhando um papel importante, agora no estabelecimento de uma função respiratória adequada.
Então, resumindo, a palavra chave para o desenvolvimento adequado dos maxilares é ESTIMULO. Assim como o atleta desenvolve seu físico através de exercícios e treino muscular, devemos estimular o desenvolvimento dos músculos faciais dos nossos bebês exercitando as funções que a natureza nos deu: AMAMENTAÇÃO E MASTIGAÇÃO.
Assim fica fácil compreender que podemos ajudar os nossos filhos a desenvolver UM BELO SORRISO!

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