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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Porque os Pais hoje tem tanta dificuldade para controlar os Filhos?

Esta é uma pergunta que hoje as pessoas se fazem constantemente e até então nenhuma resposta parecia coerente. Eis que em uma reportagem da Revista Veja, encontro uma bela resposta para essa grande questão:
- Isso é reflexo da perda de legitimidade. Até pouco tempo atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um único lugar de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo papa, ou pelo pai ou pelo chefe.
Isso foi se desfazendo progressivamente, e o processo se acentuou nos últimos trinta anos. Hoje a organização social não está mais constituída como pirâmide, mas como rede. E na rede não existe mais esse lugar diferente, que era “reconhecido” espontaneamente como tal e que conferia autoridade aos pais.
As dificuldades para impor limites se acentuaram, causando grande apreensão nas pessoas quanto ao futuro de seus filhos.

E existe uma fórmula para evitar que os filhos sigam por caminhos errados?
- Antes de mais nada é preciso ensiná-los a falhar. Aliás antes disso os pais é que precisam entender e aceitar que seus filhos irão, podem e precisam cometer erros.
Os pais, a família e a sociedade fazem uma cobrança muito grande, estabelecem metas muito altas, em tempos cada vez menores, e as crianças além de carregarem o peso das próprias dificuldades, muitas vezes ainda tem que suportar a angústia de não falharem em relação à expectativa que seus pais depositaram nelas,na maioria das vezes para suprir os próprios fracassos do passado. Sem dizer que muitos pais colocam seus filhos como indicadores de seu próprio sucesso, é muita pressão.
Desta forma os pais cercam a criança de tudo que podem para não falharem, para mantê-la feliz. Manter uma criança em satisfação constante, fazendo por ela tudo o que ela pede, a impede de ser confrontada com as dificuldades, por menores que sejam, gerando reações cada vez piores, formando crianças sem nenhum controle.
Por Jean-Pierre Lebrun – Psicanilsta Belga, referência na Europa no estudo sobre mudança da relação entre pais e filhos (Revista Veja – Dezembro de 2009.